Em Nanjing, um dos lugares em que estivemos foi o Memorial às vítimas do Massacre de Nanjing. Assim como Auschwitz, na Polônia, tem o campo de concentração mantido para lembrar o mundo das atrocidades cometidas pelo regime nazista de Hitler, a China construiu este memorial para lembrar o horrendo massacre cometido pelas tropas do exército imperial japonês durante a ocupação iniciada em dezembro de 1937. Nesta ocasião, mais de 300 mil chineses civis foram mortos de forma brutal e massacrante na invasão da cidade de Nanjing, então capital da China.
Não
contentes em tomar a cidade, passaram a assassinar homens das formas mais
perversas e estuprar mulheres e crianças sem distinção, estabelecendo,
inclusive, competições entre as tropas. Tanto que o evento, na história, é conhecido como o “estupro de Nanjing".
O museu, de
instalações modernas e espaçosas, abriga três sessões principais. Na parte
externa, na entrada, você já se depara com esculturas que simbolizam os
cidadãos fugindo do horror. Uma mãe desesperada, com seu pequeno filho morto
nas mãos, recepciona os visitantes no portão. Para quem já visitou campos de
concentração na Alemanha, como eu, a sensação é a mesma. Projeções e fotos da
época, numa construção moderna que foi recentemente renovada, ilustram e
contam os fatos históricos. Tudo muito bem organizado e também no idioma
inglês. Em um prédio anexo, um sítio com partes de escavações do local mostram
esqueletos de milhares de pessoas que foram enterradas ali, muitas das quais ainda vivas.
O memorial
é um local para reflexão e questionamento do que uma guerra traz de ruim às
pessoas, aos países, ao mundo. Estando ali, é impossível não se imaginar no
local à época do acontecimento. Outra exposição traz fotos de pessoas idosas,
sobreviventes desta guerra insana, que contaram suas experiências ao mundo.
Na história
da cidade, vários estrangeiros, os quais não eram assassinados pelos japoneses
por questões políticas, ajudaram a esconder muitos dos chineses, que
sobreviveram. Essas pessoas, mais tarde, receberam condecorações pela ajuda heroica
prestada. Todo ano, em dezembro, há uma cerimônia em que o Presidente da China
presta homenagem aos mortos nesta triste chacina.
Na saída,
ao término da visita, uma bela escultura em um monumento à paz se despede do
visitante.
Um lugar muito interessante para se aprender um
pouco mais sobre a história de guerras da China. A entrada é grátis. Para nós,
estrangeiros, basta mostrar o passaporte e retirar os tickets na entrada do
museu.
sistema de arquivos de registro dos mortos
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