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segunda-feira, 27 de setembro de 2021

Xi'an: a antiga, moderna e vibrante cidade que foi capital de 13 dinastias

A cidade de Xi'an, no norte da China,  é conhecida internacionalmente principalmente por causa dos Guerreiros de Terracota (leia meu post sobre o tema neste link). Mas, não é só por causa deles que Xi'an é uma cidade incrível. Confesso que eu, embora morando na China e tendo, teoricamente, mais informações a respeito do lugar do que as pessoas que não moram no país, não tinha tanta expectativa assim antes de visitá-la. 

Fomos para a cidade por causa das escavações onde foram encontrados os "senhores de barro". Mas, a surpresa foi aumentando a medida que nos aproximávamos do centro da cidade. Mais e mais prédios históricos, parques imensos e a grande muralha desfilavam na nossa frente. Um cenário de deixar qualquer um de queixo caído!  Nosso hotel ficava dentro da parte murada da cidade e andar pelo entorno foi muito agradável. Não é permitido construir prédios altos nesta região.  

Xi'an é uma das cidades mais antigas do país, com uma história de mais de 6.000 anos e se tornou a capital cultural e política da China já no século 11 a.C! Ela já foi a capital de 13 dinastias imperiais durante o passar dos séculos. Como está localizada no início da Rota da Seda, sempre teve um importante papel comercial para a China. Marco Polo esteve por ali e descreveu a cidade como próspero centro comercial. De acordo com a dinastia que estava no poder, a cidade tinha seu nome alterado, conforme o "desejo" do imperador do momento. O nome Xi'an, que significa "Paz do Oeste" foi adotado em 1369 após a dinastia Ming (1368 - 1644) ter se estabelecido no poder. Em 1930 foi mudado novamente para Xijing (Capital do Oeste) e voltou a se chamar Xi'an em 1943. 

Hoje, a capital do estado de Shaanxi é uma cidade moderna, vibrante, cultural, sendo uma das dez mais populosas da China, com 13,5 milhões de habitantes (as maiores são Guangzhou com 44,2 milhões e Shanghai com 35,9 milhões). A história riquíssima, palco de guerras, missões diversas,  está presente nos museus espalhados pela cidade.  A vida cultural é abundante, com diversas apresentações de óperas a céu aberto e outras performances grátis para a população,  além de contar com casas de shows, teatros, cinemas, etc.. O comércio da cidade é rico, com diversos shoppings centers de luxo e centros de comércio de trabalhos manuais. Lojas com artigos de seda a preços justos, galerias de arte e antiquários também competem pela atenção dos consumidores.  Logicamente, um dos artigos de artesanato mais vendidos na cidade são réplicas dos guerreiros de barro que são disponibilizados nos mais diversos materiais, de barro a resina, para todos os bolsos... Para os amantes da natureza, nas redondezas está uma das cinco montanhas sagradas Taoístas, o monte Hua, onde se pode fazer hiking e outros passeios relacionados a natureza.  

performance na rua de pedestres em Grand Tang Dynasty ever bright city 

A área gastronômica mais famosa da cidade é o quarteirão mulçumano, formado por várias ruelas. Ali, vários pequenos restaurantes, um ao lado do outro, com os mais diversificados pratos, desde a cozinha local aos pratos baseados na culinária mulçumana podem ser saboreados no local. A rua nomeada Huimin Street, sendo Hui o nome dado aos árabes mercadores mulçumanos e persas que vinham à cidade na época de grande comércio pela rota da seda (206 a.C. a 9 d.C), foi a primeira rua que deu origem ao local e se tornou uma atração famosa na cidade por sua forte atmosfera mulçumana. Hoje em dia, os Hui representam 60 mil pessoas vivendo em Xi'an. 


A muralha de Xi'an é uma atração à parte. Atividades culturais são realizadas por toda sua extensão. Um passeio muito agradável de se fazer é um tour de bicicleta em cima do "muro". Construída no século XIV como fortaleza militar, a muralha serviu às dinastias Ming e Ting. Partes dela foram destruídas durante as várias guerras e reconstruídas posteriormente. Considerada patrimônio mundial pela UNESCO, mede 14km de comprimento, num formato retangular.  

A vida noturna da cidade é muito intensa, viva, colorida. Um passeio pelo Grand Tang Dynasty ever bright city, que é um distrito com uma rua para pedestres que corta o bairro todo, é imperdível. O colorido das luzes, os shows, os pubs e as apresentações das diversas performances culturais vão te deixar atônitos! Muito lazer, regado a comida de rua, além de restaurantes descolados vão te fazer voltar! Shoppings e hotéis de luxo completam o cenário. Confira, no final do post, os vídeos que fiz para vocês. 

área turística "Grand Tang Dinasty ever bright city"

Enfim, eu poderia escrever páginas e páginas sobre esta cidade moderna, preparada para encantar qualquer pessoa que venha a visitá-la. Com certeza, quero voltar para explorar os cantos todos que cidades lindas e antigas assim tem "escondidos" por aí.... 


Bairro Mulçumano 
Pagoda Giant Wild Goose - construida no ano 652 é o símbolo de Xi'an

Bairro mulçumano 
Performance na Grand Tang Dynasty ever bright city















domingo, 19 de setembro de 2021

O Templo do Buda Gigante e seu olhar impressionante

Em nossa viagem pela China, após termos visitado Mati Temple Grotoes, e descoberto por lá o que fazer na cidade de Zhangye, tivemos uma parada no centro da pequena cidade para um tipo de city tour. Uma cidadezinha com ares de interior, muito organizada e acolhedora, com 1,2 milhões de habitantes... Já sei, você deve estar se pensando: "cidadezinha?" Sim, pois, na China, tudo é gigante. Cidade considerada grande é aquela que tem a partir de 8 milhões de pessoas, mais ou menos! Voltando ao nosso tema, na região encontra-se algumas minorias étnicas compondo a população da região, entre eles os povos han, os mongóis, tibetanos, uygur e os zhuang.

O grande mercador veneziano Marco Polo viveu na cidade em meados de 1275, assim como acredita-se que o imperador mongol Kublai Khan, neto de Gengis Khan e fundador da dinastia Yuan (que governou a China por quase um século), tenha nascido ali! Zhangye foi um grande ponto de comércio da rota da seda, sendo um dos maiores trade markets do país na época, recebendo mercadores vindos do ocidente para fazer negócios. É muita história para conseguirmos acompanhar tudo!

foto  do site https://m.visitourchina.com/zhangye/attraction/giant-buddha-temple.html

Nossa guia nos levou, então, para conhecer o Templo do Buda Gigante deitado, o Templo Dafo. Ao entrar no templo, um Buda deitado gigante, medindo 34,5m de comprimento por 7,5 m de largura, feito de barro, considerado o maior da China, está ali, na sua frente, com uma expressão de paz indescritível. Não tem como não se sentir tocado por tanta serenidade. Seus olhos, em uma expressão de compaixão, entreabertos, e seu sorriso de tranquilidade ilustra o momento em que ele alcança o nirvana. Uma das cenas mais impressionantes, com certeza, entre todas as que vimos na China até o momento. Atrás do Buda, velando por ele, estão 10 discípulos de traços de diversos povos e nas duas laterais dentro do templo estão 18 guerreiros guardando o buda. As paredes do salão são recobertas por murais coloridos, que contam histórias sagradas. O prédio construido no ano de 1098 para abrigar a escultura mede 33 m de altura, 49 m de largura e 24m de comprimento, num total de 1,770 m2. Incrível! E, voltando a falar de Kublai Khan, dizem que sua mãe teria o dado à luz neste templo, sob o olhar do Buda. Marco Polo foi, mais tarde, um hóspede do templo...

O complexo onde fica o Templo conta ainda com uma biblioteca budista, onde se encontram muitas relíquias históricas guardadas. Mais de 6000 volumes de escritas raras e preciosas, muitas impressas em ouro e prata fazem parte da coleção. Na época da invasão japonesa na China vários tesouros históricos do país foram escondidos neste local e, assim, preservados. Uma pagoda de barro completa o cenário mágico.

*Como era proibido fotografar dentro do "Templo do Buda Gigante deitado" na época em que lá estive, as fotos de interior que coloco aqui foram tiradas de sites da internet e estão identificadas.


Templo do Grande Buda deitado

foto do site https://www.topchinatravel.com/pic/city/zhangye/attractions

Entrada do Complexo 


Biblioteca 






 


foto do site https://m.visitourchina.com/zhangye/attraction/giant-buddha-temple.html
Guerreiros dentro do Templo
 

 

sábado, 28 de agosto de 2021

Mati Temple - As grutas templo encravadas nas Montanhas

Bem, podemos dizer que o que não falta na cultura oriental de maneira geral são templos. Na China milenar, por quase todas as cidades eles estão lá. Alguns mais imponentes, outros mais simples. Já,outros bem inusitados e aqui estou falando do complexo de templos "Mati Temple Grotto", composto por 500 grutas encravadas nas montanhas, com imenso valor histórico e artístico.

Mati Temple Grotto está localizado no condado da minoria étnica Gu, a 65 km de distância da cidade de Zhangye, cidade que se localiza na rota da seda e era passagem dos comerciantes para a China e o próprio Marco Polo morou nela. As estradas que levam até o complexo são excelentes e pode-se dirigir até lá com tranquilidade. Ônibus municipais também fazem este trajeto. O complexo se estende por cerca de 30 km, com mais de 7 grupos de grutas-templo. No total, há mais de 500 cavernas, torres e santuários budistas! 

Eu, que gosto de coisas antigas, fiquei enlouquecida com a visão que se tem da estrada que liga a cidade ao complexo de templos. Cavernas esculpidas nas montanhas se penduram a uma altura de 15 a 60 metros de altura, aproximadamente,  e nas escadas que ligam umas às outras pessoas parecem formigas!

Como a cultura chinesa é constituída de muitas lendas, conta-se que a criação do templo Mati iniciou-se por causa de um cavalo sagrado que teria deixado suas pegadas em uma rocha ali. Assim, Matisi (si = templo), que significa "o templo casco de cavalo" (ou algo assim) em chinês, acabou se tornando o nome do local ...  Mas, a história diz que uma família de viajantes, os Guo, mais ou menos nos anos de 317 a 402, acabaram cavando a primeira caverna para se abrigar e, como ficaram por ali um tempo longo, fizeram outra caverna ao lado como templo para orações a buda. Assim, conforme outros viajantes passavam pelo local e iam se hospedando para descansar da longa jornada,  outras cavernas foram criadas. Mais tarde, monges budistas vindos da índia, também de passagem, acabaram morando no local, aumentando, assim, o número de templos. Com o passar dos anos, os viajantes da rota da seda paravam no Mati principalmente para fazerem suas orações e seguir viagem. 

Dentro de cada templo a relíquia impressiona. O nível de detalhes encontrado alí é algo ímpar. Pequenos corredores te levam de um templo ao outro e uma vista de tirar o fôlego te convida a contemplar o vale à frente. Ali, o tempo parou.... 

Gostou? Deixe lá embaixo, no fim da página, seu comentário! :)





 


















segunda-feira, 23 de agosto de 2021

Viagem pela China - de Changchun a Xi'an, passando por Nanjing, Chengdu e outros lugares incríveis

Quem me acompanha no instagram e no Facebook já sabe que fiz uma viagem pela China, começando pelo sul do país, em Nanjing e terminando na parte central, em Xi'an, passando pelo sudoeste e noroeste do país, percorrendo parte da rota da seda. Foram 8 cidades, 21 dias e mais de 5.800km rodados! O transporte foi feito de várias formas: avião, navio, trem bala, carro... quase que teve até camelo! :)

Bem, para ilustrar isso, preparei um mapa para vocês. Nele, você vai ter uma noção melhor do trajeto que fizemos, saindo da Província de Jilin, onde moro, no nordeste do país, dando a volta num território imenso como é o da China.

Os artigos e detalhes vou preparando aos poucos e publicando. Assim, clique em "Seguir" na página principal do Blog para você ser notificado dos conteúdos à medida em que forem "saindo do forno". 

Em cada cidade da lista abaixo, um link para a matéria será adicionado para facilitar a navegação. 

Vamos lá?


  • Nanjing
  • Yichang
  • Chengdu
    • A Moderna cidade dos Pandas
    • Leshan e o Buda Gigante
    • As cavernas de Leshan - o sacro ou o Kama Sutra?
  • Xiahe
  • Zhangye
    • Jiayuguan
      • A Passagem para o Ocidente - parte mais ocidental da Grande Muralha 
      • As Tumbas de Weijin
    • Dunhuang
      • Lago da Lua Crescente - Um oásis no deserto 
      • Deserto de Gobi - Dunas
      • Eu acho que vi um Camelo 
      • Grutas Mogao - Patrimônio da Humanidade - Século IV - Conhecendo o mais rico tesouro do Budismo 
    • Xi'an 

    Boa Viagem! 


    quarta-feira, 11 de agosto de 2021

    Nanjing - China - Memorial às Vitimas do Massacre de Nanjing

    Em Nanjing, um dos lugares em que estivemos foi o Memorial às vítimas do Massacre de Nanjing. Assim como Auschwitz, na Polônia, tem o campo de concentração mantido para lembrar o mundo das atrocidades cometidas pelo regime nazista de Hitler, a China construiu este memorial para lembrar o horrendo massacre cometido pelas tropas do exército imperial japonês durante a ocupação iniciada em dezembro de 1937. Nesta ocasião, mais de 300 mil chineses civis foram mortos de forma brutal e massacrante na invasão da cidade de Nanjing, então capital da China.


    Não contentes em tomar a cidade, passaram a assassinar homens das formas mais perversas e estuprar mulheres e crianças sem distinção, estabelecendo, inclusive, competições entre as tropas. Tanto que o evento, na história,  é conhecido como o “estupro de Nanjing".

     
    O museu, de instalações modernas e espaçosas, abriga três sessões principais. Na parte externa, na entrada, você já se depara com esculturas que simbolizam os cidadãos fugindo do horror. Uma mãe desesperada, com seu pequeno filho morto nas mãos, recepciona os visitantes no portão. Para quem já visitou campos de concentração na Alemanha, como eu, a sensação é a mesma. Projeções e fotos da época, numa construção moderna que foi recentemente renovada, ilustram e contam os fatos históricos. Tudo muito bem organizado e também no idioma inglês. Em um prédio anexo, um sítio com partes de escavações do local mostram esqueletos de milhares de pessoas que foram enterradas ali, muitas das quais  ainda vivas.
     
    O memorial é um local para reflexão e questionamento do que uma guerra traz de ruim às pessoas, aos países, ao mundo. Estando ali, é impossível não se imaginar no local à época do acontecimento. Outra exposição traz fotos de pessoas idosas, sobreviventes desta guerra insana, que contaram suas experiências ao mundo.

     
    Na história da cidade, vários estrangeiros, os quais não eram assassinados pelos japoneses por questões políticas, ajudaram a esconder muitos dos chineses, que sobreviveram. Essas pessoas, mais tarde, receberam condecorações pela ajuda heroica prestada. Todo ano, em dezembro, há uma cerimônia em que o Presidente da China presta homenagem aos mortos nesta triste chacina.
     
    Na saída, ao término da visita, uma bela escultura em um monumento à paz se despede do visitante.
     
    Um lugar muito interessante para se aprender um pouco mais sobre a história de guerras da China. A entrada é grátis. Para nós, estrangeiros, basta mostrar o passaporte e retirar os tickets na entrada do museu.





    escavações com restos mortais no local onde foi construido o museu, que era uma vala onde milhares de pessoas foram enterradas  





    sistema de arquivos de registro dos mortos 

    Em destaque:

    Viagem pela China - de Changchun a Xi'an, passando por Nanjing, Chengdu e outros lugares incríveis

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